Assim como doenças que atingem o físico (hipertensão, diabetes, etc.) podem ser hereditárias, doenças mentais também partilham das mesmas características e podem involuir ou evoluir com o tempo, o que torna imprescindível a necessidade de um acompanhamento criterioso do paciente.
Alguns estudos sugerem que o histórico familiar é capaz de desempenhar um papel muito importante no que se diz respeito ao desenvolvimento de transtornos como a ansiedade, a depressão, a síndrome do pânico (ou crise de ansiedade) e a dependência química. Entenda o porquê.

Ansiedade
A ansiedade é um distúrbio conhecido por influenciar a maneira com que o indivíduo pensa. Ele tem a capacidade de gerar sintomas físicos como uma visão irreal dos problemas, o medo e a preocupação em excesso, a irritabilidade, a tensão muscular, as dores de cabeça, etc.
Ela pode estar ligada ao desenvolvimento de fobias, transtornos do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, depressão ou ainda a problemas adicionais pelo uso indevido de álcool e fumo.
Por mais que não se tenha uma causa definitiva esclarecida, muitos apontam aspectos ambientais e genética como fatores principais para o seu desenvolvimento.
No caso específico da genética, fala-se sobre o funcionamento anormal de algumas células que conectam regiões cerebrais com áreas emotivas (causando alterações de humor), distúrbio que pode ser reproduzido durante a formação de um novo ser, ou seja, na gestação.

Depressão
A depressão é um transtorno ligado à tristeza extrema e negativismo. O indivíduo se considera fracassado, inadequado, sem valor ou importância e, dificilmente seria possível, a princípio, relacioná-lo à genética, certo?
No entanto, problemas na formação de neurotransmissores e neuroreceptores cerebrais específicos podem desencadear um quadro de depressão.
Não há ainda um consenso entre os cientistas, mas acredita-se que tais problemas na formação dos neurotransmissores e neuroreceptores possam ocorrer antes do nascimento, ainda na gestação.

Síndrome do pânico
Apesar de ser um subtipo do quadro de ansiedade, a síndrome (ou ataque) do pânico também possui evidências da possibilidade de seu desenvolvimento a partir de um quadro genético.
No entanto, diferente dos quadros de ansiedade e depressão, que possuem alterações físicas comprovadas as quais podem desencadear o problema, a síndrome do pânico está mais para um gene que existe, mas, se é ativado ou não é uma condição que vai depender das circunstâncias que levem o organismo a considerar essa opção.
Por isso não é incomum que muitos psiquiatras considerem que ser suscetível à síndrome não é o mesmo que desenvolvê-la, uma vez que ela precisa de estímulos externos aos quais se tenha sensibilidade.

Dependência Química
Em 1999, o Doutor em Psiquiatria Guilherme Peres conduziu um estudo sobre a suscetibilidade genética da dependência química, no qual avaliou estudos em famílias, gêmeos e pesquisas sobre casos de adoção.
Por fim, concluiu que existe predisposição genética, mas, o desenvolvimento do problema depende das variáveis abuso, dependência prévia de certas drogas e coligação com problemas de origem cultural e psicossocial.

Portanto, considerando 4 doenças/transtornos mentais, é possível concluir que a genética é um fator que pode colaborar ou desencadear o aparecimento destes problemas.
Para todos eles, existe tratamento. Procure um psiquiatra.